Novos casais: entendendo o universo do outro

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Quando novos casais se conhecem e o interesse mútuo acontece, ambos dedicam-se à tarefa de descobrir e acentuar as semelhanças entre eles. A busca pela identificação é tamanha que, muitas vezes, um parece ser o complemento do outro. No entanto, o que parece ser não passa de ilusão, de carência afetiva, projeção, baixa autoestima. Tudo, menos amor.

Sei que é difícil compreender isso quando o cupido flecha o coração de forma certeira. Mas não existe relacionamento sem conhecimento. E o primeiro passo é conhecer-se para estar apto para conhecer o outro.

A pessoa excessivamente carente pode embarcar em relacionamentos insatisfatórios e confusos porque tentará encontrar no outro o amor que não consegue armazenar em si mesma. A carência leva a pessoa a desejar ser o centro de interesse do outro. Ela doa intensamente o seu amor oferecendo agrado, carinho, afeto e dedicação a ponto de abrir mão da própria vida em função do outro. Em muitos casos a pessoa abre mão da família, dos amigos, do trabalho. Torna-se viciada no parceiro, tamanha a vontade de satisfazê-lo.

A grande maioria das pessoas esquece que fazer ao outro aquilo que gostamos que nos façam pode levar a grandes erros e ilusões, e até desencadear repulsa. Com o tempo a pessoa acaba cansando e perde o interesse pelo seu par, já que ela pode ter sentimentos e necessidades diferentes.

Quem se coloca como um tapete, certamente, está pedindo para ser pisado. É um engano pensar que quanto mais se doar no relacionamento, mais será amado. O resultado pode ser rejeição e menosprezo.

Costumo dizer que a vida ganha movimento nas diferenças. Na hora da paixão quem se lembra disso? Quem para e avalia sobre quais efetivamente são as necessidades e expectativas do outro? Ninguém é igual. O segredo para manter um relacionamento duradouro e feliz é negociar as diferenças, respeitar as vontades do outro e preservar a individualidade de cada um. É importante sempre avaliar como anda a sintonia entre o casal. Brigas e desentendimentos frequentes podem levar ao distanciamento. E, muitas vezes, a pessoa só descobre o quanto o outro era importante depois que ele já saiu da rota do amor.

É inútil criar artimanhas e mecanismos para prender alguém na marra. O amor verdadeiro acontece quando menos se espera. Ele anseia por liberdade, diálogo, confiança, respeito, ternura, prazer em estar juntos.

“A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor”. – Chico Xavier